O Quadrilátero de Mamíferos

2.6 - FELINOS

Dos persas aos siameses, selvagens ou domésticos, um fato comum a todos os gatos é que eles preferem VER/OUVIR a SEREM VISTOS/OUVIDOS.

O cenário sensorial - Genes ComunicacionaisA convivência com felinos revela que o dia a dia de um gato é uma constante busca de lugares para se esconder, o que indica o seu prazer instintivo em não ser visto e ouvido. Para o conhecimento Antigo essa é a primeira grande opção do instinto FELINO na dimensão comunicacional. É o vetor que fornece a 'direção inicial' ao seu plano corporal (este se ajusta para VER/OUVIR e não para SER VISTO/OUVIDO) ... e o explica, a começar da sua linguagem não-verbal.

Vejamos ... O seu gesto mais característico ao iniciar uma relação é o famoso 'se afastar' e 'se contrair(agachar)', ou seja, o "se diminuir de tamanho" diante do interlocutor ...

O DIMINUIR DE TAMANHO

Genes ComunicacionaisOra, o que está por trás deste comportamento linguístico aparentemente tão estranho? A libido VO explica:

... ao se diminuir de tamanho, o gato diminui o efeito da sua presença e assim tem condições de VER e OUVIR o outro do jeito que o outro é, do jeito que o outro está - a verdade - e não o outro alterado pelo efeito da sua proximidade física. Gatos não se escondem dos elementos do ambiente porque são traiçoeiros e outros adjetivos mais, ... e sim para "ver e ouvir os elementos do ambiente em sua realidade". Esta é a justificativa primária, a que está na origem da sensorialidade felina, na raiz da sua biologia.

É natural que o animal que se posiciona para VER/OUVIR, e portanto, que depende prioritariamente da visão e audição para sobreviver, deseja VER e OUVIR a verdade! Questão de sobrevivência!

2.7 - PROSSEGUINDO ...

A observação da linguagem sensorial FELINA sugere que o desejo de VER e OUVIR direciona não apenas olhos e ouvidos, mas todos os atributos corporais de um GATO. É o seu caractere 'direcionador'. O bigode sensível, os membros facilmente dobráveis, a respiração silenciosa, a fonação discreta, ... visam propiciar a ele o se DIMINUIR DE TAMANHO em imagem e som, para que por sua vez, possa satisfazer o desejo mais elementar do seu instinto: ver e ouvir os elementos do ambiente do modo mais verdadeiro possível.

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E como os atributos corporais de um animal têm origem na informação molecular, representaremos o DNA de qualquer FELINO - no formato Zen! - por essa figurinha elementar:

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Por este ponto vamos deixar de lado o GATO e observar o CACHORRO.

2.8 - CACHORROS

Genes ComunicacionaisRepare no comportamento do seu poodle quando você chega em casa: ele corre de um lado para outro, gesticula, late e os olhos e orelhas junto! Será que com essa movimentação toda, ele está lhe vendo e ouvindo direito? É lógico que não! O quê, então, o corpo dele está lhe dizendo?

Para o conhecimento Antigo, enquanto no mais íntimo do genoma felino está a opção VO, no mais íntimo do genoma CANINO está a SVO.

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2.9 - TOCAIA E PERSEGUIÇÃO

Se a caça felina padrão é uma tocaia, atividade baseada no ver/ouvir, a canina é uma perseguição. O cão se apresenta à presa e parte no seu encalço pelo caminho mais curto, percorrendo atalhos para chegar mais rápido. Ao se mostrar ao interlocutor, este perde um segundinhos, o que pode lhe ser fatal!

Muitos caninos, por necessidade do contexto, como por exemplo, quando a caça é rara, desenvolveram modos de se esconder e inclusive aparentam se utilizar dos olhos e ouvidos 'quase como felinos'. Mas essa conduta é uma linguagem secundária. Por baixo dela atua a primária. Observe o perdigueiro 'amarrando' a presa: afora que ele a 'vê pelo nariz', ... o focinho adiantado e o corpo esticado parecem dizer "não vejo a hora de ser visto e ouvido!"

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2.10 - DOIS MUNDOS

À primeira vista, cães e gatos não são tão diferentes. Ambos são mamíferos, carnívoros, ouvem à distância, fazem companhia ao homem. Sensorialmente, no entanto, eles são não só diferentes como opostos entre si. São dois mundos!

Se a atitude-paradigma dos FELINOS é o se DIMINUIR DE TAMANHO para melhor VER/OUVIR, a dos CANINOS é o SE AUMENTAR DE TAMANHO para melhor SEREM VISTOS / OUVIDOS... e não importa a raça: dos salukis aos poodles, passando por lobos e vira-latas, cada qual a sua maneira, isto é, conforme suas peculiaridades psicofisiológicas, todos os CANINOS tendem a aparentar aos seus interlocutores 'serem maiores do que são', a se AUMENTAREM DE TAMANHO em imagem e som!

2.11 - COMPLETANDO O RACIOCÍNIO

A observação linguística elementar indica: se o trabalho sensorial predileto de qualquer felino é "RECEBER a imagem e o som do outro", o de qualquer CANINO é "EMITIR a própria imagem e som aos outros". São tarefas audiovisuais opostas, posturas comunicacionais complementares: uma de natureza RECEPTORA, a outra EMISSORA. Esta oposição sensorial, por sua vez, explica as atitudes antagônicas abaixo:

Enquanto o GATO, na qualidade de RECEPTOR de informação, tende a priorizar a mensagem do interlocutor (a sua ele guarda para si, vide a TOCAIA), ... os CACHORROS, na qualidade de EMISSORES de informação, priorizam a própria mensagem. Ao se relacionarem é ela que importa! É por isso , internauta, que os cães latem!

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Para o conhecimento Antigo, que prioriza o viés comunicacional, a constatação deste tópico nos remete à questão: a oposição fenotípica acima tem correspondência genômica, e em caso afirmativo, onde essas informações podem estar localizadas? Como elas se transmitem?

2.12 - MAIS POODLE

Poodle - Genes ComunicacionaisObserve o seu, fazendo caretas e latindo para a vizinha! Evidente que ele não tem prazer instintivo algum em vê-la e ouvi-la, mas sim em ver e ouvir o efeito da própria presença na interlocutora, em outras palavras, em VER E OUVIR A SI NO OUTRO!

Para um cachorro, VER e OUVIR o outro como um gato vê (e ouve) - do jeito que o outro é, do jeito que o outro está - sem interferir, é a coisa mais sem graça do mundo! Por isso ele late, avança, interfere ... e assim, deixa de ver e ouvir o outro e passa a VER e OUVIR A SI!

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2.13 - UM INTERVALO PARA O OLFATO

Genes ComunicacionaisSem dúvida que o animal orientado pelo caractere VO desenvolveu a libido audiovisual, o prazer em utilizar os órgãos da visão e audição. Já o animal orientado pelo caractere SVO, não tendo esta libido, a sua face restou livre para desenvolver o prazer olfativo, em outras palavras: o prazer migrou dos olhos e ouvidos para as narinas. Isso não quer dizer que gatos e cavalos não cheiram. Cheiram sim, inclusive têm o faro aguçado. Só que não cheiram por prazer ! A linguagem corpóreo-sensorial fala por si. Observe-os cheirando: as narinas se afastam da fonte do cheiro ...

Para o conhecimento Antigo há uma briga entre visão/audição e olfato. Não há lugar para as duas libidos na mesma face!

2.14 - SÍNTESE COMUNICACIONAL

Os tópicos precedentes podem ser resumidos conforme segue ...

Enquanto os atributos físicos de um FELINO (orientados pelo caractere direcionador VO) constituem um corpo capaz de SE DIMINUIR DE TAMANHO para melhor VER/OUVIR, os de um CANINO (orientados pelo caractere direcionador SVO) formam um corpo capaz de SE AUMENTAR DE TAMANHO para melhor SER VISTO/OUVIDO.

Atente para o GATO: a boca fechada, a língua escondida, os gestos cuidadosos, a respiração silenciosa. Tudo nele o faz parecer 'ser menor do que é'. No CACHORRO, em complemento, a linguagem corporal oposta o faz parecer 'ser maior do que é': a boca aberta, a língua exposta, os gestos descuidados, a respiração ruidosa!

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E os atributos físicos de gatos e cães sendo reflexos das suas informações moleculares, podemos diferenciar os seus DNAs conforme exposto no tópico 2.8:

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2.15 EQUINOS E BOVINOS

A convivência com estes animais indica que eles também constituem outras possibilidades formais, outros planos corporais orientados, respectivamente, pelos caracteres VO e SVO ...

Observe a égua antes de saltar! Com quê elegância ela se contrai, isto é, SE DIMINUI DE TAMANHO. A beleza do andar equino se assenta na contração, no prazer 'em tirar as patas do chão'! E o mesmo ocorre com felinos: repare no receio dos gatos ao colocarem suas patas no solo, e em contraponto, na rapidez e felicidade com que as tiram!

Observe, por outro lado, o boi no rodeio: o corpo se expande, AUMENTA-SE DE TAMANHO! O andar bovino apóia-se na des-contração. Ao contrário dos equinos, eles têm mais prazer em colocar, do que em tirar as patas do chão, isto é, 'em esticar o corpo, do que em contraí-lo'!

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E conforme nosso esquema, o corpo que ao interagir, tende a SE DIMINUIR DE TAMANHO, a se contrair, é do VER/OUVIR, e o que tende a SE AUMENTAR, a se des-contrair, é do SER VISTO/OUVIDO.

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2.16 - QUEBRA DE PROTOCOLO

Por este ponto, o internauta já deve ter captado que para abrir espaço a esta nova categoria de fatos linguísticos sugeridos pelo conhecimento Antigo, é interessante abandonar - temporariamente - a eventual formalidade com que tem tratado o tema da 'diferença animal - homem' e se deixar levar pela observação sensorial.

A atitude Zen faz parte dessa 'quebra de protocolo' ...

2.17 - CONDUTA SONORA(1)

Vamos pensar juntos: o animal que se posiciona para OUVIR, como o GATO, deve ter uma conduta sonora oposta ao que se posiciona para SER OUVIDO ...

Experimente miar, leitor! Repare que o som felino, de tão delicado e cuidadoso, mais parece um pedido de desculpas por estar expondo suas intenções de maneira tão rústica - através do som! Este fato sugere que a exteriorização sonora contraria o seu instinto, afinal, gatos são animais que se posicionam para OUVIR e não para SEREM OUVIDOS! Não será por este motivo que o miado nos remete a uma sensação de tristeza, aspecto, aliás, que igualmente ocorre com EQUINOS?

Quanta melancolia num relincho!

Observe, em oposição, a felicidade do seu cão ao latir. E o mesmo se dá com a garganta do boi ao mugir! São sons que não têm fim! Enquanto os de felinos e equinos são descontínuos, começam e terminam, ... os sons canino e bovino são contínuos, tendem a prosseguir e por isso os seus aparelhos fonatórios dão a impressão a quem os ouve, de estarem fazendo o que gostam!

2.18 - CONDUTA SONORA(2)

Atente para o mugido da vaca quando apartada do seu filhote. Ela sonoriza no limite de suas possibilidades vocais. Enquanto houver ar nos pulmões e a garganta aguentar, ela muge! E com o seu poodle se dá o mesmo. Ele é capaz de latir meia hora sem parar para a gata da vizinha! Mas por que estes dois animais sonorizam tão intensamente? A resposta é óbvia: porque não ouvem a si enquanto mugem e latem. Se ouvissem, agiriam de outra forma!

Genes ComunicacionaisFelinos e equinos, por sua vez, sonorizam ouvindo, inclusive a eles próprios, o que parece inevitável em se tratando de animais que VÊEM e OUVEM! Quando o som que emitem aumenta em demasia, interrompem - no, dão uma pausa e em seguida voltam a sonorizar, ... de início levemente, até que o som aumenta outra vez e eles o paralisam novamente, e assim vai. Este controle que a audição de felinos e equinos exerce sobre a fonação possibilita a eles modularem a voz ...

Quanta melodia nos relinchos e miados!

Já nos mugidos e latidos, o som não sendo controlado pela audição, ... tende para o berro, para o grito.

O esquema sensorial primário sugerido pelos Antigos, explica desde peculiaridades conceituais como as recém expostas em relação à fonação dos animais investigados, como também fatos corriqueiros da nossa interação com eles ...

2.19 - ALERTA!

Alerta! - Genes ComunicacionaisAo passar por uma rua ou pastagem, cuidado! Não olhe para cães nem bois ...

Como a libido visual de ambos é SEREM VISTOS, se você os encara, ... instantaneamente eles estabelecem comunicação! Para o bem ou para o mal.

Já gatos e cavalos ao serem olhados, tendem a não reagir instantaneamente, a não estabelecerem comunicação de imediato, e inclusive, na ausência de outros estímulos externos, a tendência de ambos é permanecerem indiferentes, afinal o prazer deles é VER e não, SEREM VISTOS.

Conheça mais sobre Genes Comunicacionais:

Apesar do título, o texto não é de Biologia e a explicação é simples: antes de ser um fenômeno biomolecular, o DNA é um evento LINGUÍSTICO e este aspecto é o que nos interessa, de onde o material é acessível a todos os interessados.