Macacos

Macacos

11.1 - OS DOIS MACACOS

Quanto à população de MACACOS HUMANOS investigada, o internauta-leitor deve ter concluído com base nas vivências apresentadas, que os corpos dos seus indivíduos (o seu, de sua esposa, dos filhos, dos demais parentes e amigos), ou são do VER/OUVIR(VO/J) ou do SER VISTO/OUVIDO(SVO/C), ou seja, há corpos dos 2 tipos.

E os dos MACACOS ANIMAIS?

Iniciaremos a investigação pelos menores (saguis, micos e bugios), procurando neles detectar traços linguísticos sensoriais marcantes.

11.2 - SAGUIS (1)

Imagine-se no zoológico. Ao se aproximar destes divertidos macaquinhos, qual a sua primeira impressão: os seus corpos preferem se posicionar para VER/OUVIR ou para SEREM VISTOS/OUVIDOS? Estão mais para GATO, CACHORRO, ... ou igualmente para ambos? O que dá mais prazer a eles? O se aproximar dos visitantes, o se distanciar, ou as duas atitudes ? Dito de outra forma: o SE AUMENTAR de tamanho diante dos interlocutores, o SE DIMINUIR, ... ou não há preferência?

Fixe a atenção nos corpos destes macaquinhos e esqueça a sua aparente semelhança, a menos da cauda, com os dos humanos. Eles ficam mais felizes quando se expõem, quando se escondem ... ou não é possível se optar por uma dessas duas libidos?

11.3 - SAGUIS (2)

Saguis - MacacosConcentre-se agora no órgão da visão. O olhar dos saguis – como o de felinos, equinos e suinos – é neutro, imparcial? Ao se comunicar tende a não transmitir emoção, esconde as intenções, ... ou igualmente ao de caninos, bovinos e esquilos, tende a sinalizar o que seus corpos sentem?

Saguis - Macacos

Sem dúvida que os saguis são curiosos, aliás, curiosíssimos, o que não significa que a visão deles seja eficiente. Pelo nosso esquema há dois tipos de curiosidade visual elementar: a eficiente, que se atrai para a 'parte' (tipo FELINA, que separa os elementos do ambiente) e a nem tanto, que se atrai para o 'todo', para 'mais de uma parte por vez' ( tipo CANINA, que une o que vê). Em qual das duas, lhe parece, a do sagui se enquadra? Seus olhinhos têm mais prazer em se concentrar numa coisa por vez, ou preferem correr por mais de uma? Ou têm igual em ambas; ... ou ainda, eles não têm prazer em nenhuma das duas?

Não se apresse em responder. Abandone o intelecto e mergulhe na experiência. Da interação entre você e eles, surgirá a resposta.

11.4 - MICOS

Micos - MacacosA população de micos é muito diversificada. Atenha-se, pois, aos aspectos corporais comuns a todos estes tipos de macacos, independentemente se machos ou fêmeas, ... se miúdos, como o minúsculo mico leão dourado ou mais encorpados, como os macacos prego e aranha. Por exemplo: a COORDENAÇÃO - MOTORA dos seus corpos é 'partida' ou 'totalizada'? Em outras palavras, eles são ágeis por partição ou por totalização, por 'contração' ou 'expansão' dos membros?

Observe as acrobacias do macaco prego, o balé do macaco aranha:o prazer maior dos seus corpos é quando se alongam ou se contraem? Ou será que atuam igualmente felizes nas duas situações? Qual das libidos os movem?

Micos - Macacos

Outra situação: imagine-se passeando no Jardim Botânico, tendo à mão um saco de pipocas! Atraídos pelo petisco, macaquinhos da família dos micos surgem das árvores e avançam decididos na sua direção! Qual a sensação do seu corpo, em particular a da sua pele, quando o mais desinibido deles se aproxima? É a de que todos os membros do macaquinho atingirão o saquinho de pipocas ao mesmo tempo, no melhor estilo vapt-vupt ... ou, ao contrário, a sensação é de que a abordagem será suave, do tipo 'uma pipoca por vez' ?!

Micos - Macacos

11.5 - BUGIOS

Tem Guariba* na mata! Ao longe se ouve o ronco. O ruído começa tímido, lento, ... e com o correr do tempo se transforma numa tremenda vocalização que pode durar 20, 30 minutos sem perder o ímpeto!

Caso já tenha presenciado a cena, responda: a orquestração sonora dos bugios é um som "sem medo de ser som" ou há um certo receio na fonação? É do tipo DECIDIDO ou INDECISO? A garganta destes macacos barbados se entrega à manifestação sonora no limite de suas possibilidades fisiológicas ou a entrega é parcial - como a da JOVITA? Quando a jumenta chora, ela não se esgota. A entrega é cuidadosa, ... um tanto para dentro, outro para fora! Apesar do escândalo sonoro, antes do seu aparelho fonatório se cansar, a jumenta pára de chorar!

E os bugios? No auge do barulho, eles dão a impressão a quem os ouve de que as suas gargantas estão a ponto de estourar, ... de que entre os elementos do bando, há uma concorrência para ver quem irá estrebuchar a sua primeiro, ... ou a entrega sonora não é tão radical?!

Bugios - Macacos

* nome indígena dos bugios

11.6 - PANOS DE FUNDO

Se o 'pano de fundo' sonoro dos animais da família FELINA é o silêncio, o dos animais da família CANINA é o ruído. Compare, por exemplo, o nascer do som nas ninhadas de cães e gatos. Enquanto os cachorrinhos, tendo ou não motivos, sonorizam, afinal é o prazer do som pelo som - até dormindo, eles rosnam, grunem, assobiam - ... os gatinhos só miam quando lhes falta algo. Satisfeitos, retornam ao estado sonoro que lhes dá maior prazer: a ausência do som. E essas tendências os acompanham até a fase adulta. Experimente caminhar por uma rua 'de vila', com cães em cada casa: é como cruzar um campo de batalha, o pano de fundo é o ruído! Repita a caminhada em uma rua cheia de gatos. A sensação é inversa. É como estar num tribunal! A menos de quando estão no cio, o pano de fundo é o silêncio.

Panos de fundo - Macacos

Mudando de 'cão e gato' para macacos ...

O amigo-internauta já passou pela experiência de convidar um sagui, um mico e um bugio para passarem algumas horas em sua casa? Mais precisamente na cozinha, ... e justamente no momento em que esteja lavando e enxugando as panelas !?

11.7 - APARTE

Nem todos os macacos são barulhentos. Alguns fogem à regra, mas não são exceções no sentido usual do termo e sim manifestações-limite no amplo espectro sensorial dos símios. Determinados caracteres, em algumas raças se aproximam mais do padrão elementar e em outras menos. Vamos, pois, retornar ao zoológico e observar os macacos maiores, começando por um que é solitário e silencioso...

11.8 - ORANGOTANGO

O orangotango se encaminha para o vidro que o separa dos visitantes. A sua manta de pelos transparece alguma ressalva com a presença dos outros ... ou é indiferente a ela? Os pelos 'ouriçam' ou 'não ouriçam'?

Orangotango - Macacos

Recordando: os animais da família sensorial do GATO aceitam o corpo do outro com ressalvas! Aproxime-se de um cavalo(e pode até ser o seu!) e verifique: o corpo equino tende a reagir ao contato, e mesmo à possibilidade do contato, com um imperceptível arrepio, aquela sutil tremidinha de pele.O do gato idem e o do porco nem se fala! Já os corpos do boi, do cachorro e do esquilo parecem aceitar o encontro sem ressalvas. Experimente!

Ao se aproximar da vaca para tirar o leite, o corpo dela não se arrepia, não dá aquela tremidinha. Ela pode até lhe dar um 'chega pra lá', mas a pele, o pêlo, o corpo enfim, o aceita!

E o do exótico orangotango?

Orangotango - Macacos

11.9 - ESTENDENDO A OBSERVAÇÃO

Vide novamente os bugios dependurados na árvore próxima! De cabeças para baixo eles o contemplam, mastigando calmamente as folhas verdes e macias. Os pelos destes macacos parecem preocupados com a sua presença, ou dão a impressão de não estarem nem aí para ela?

E os do GORILA? Pelas telas do computador e da TV também é possível se perceber! Conforme sugerido, esqueça a desconfiança natural de um animal selvagem, a sua idade e posição social, o sexo, etc ... e se fixe na sensorialidade tátil, pura e simplesmente. Ela aceita ou não a presença do outro?

Ele pode até arrebentar a câmara da TV que o filma, bem como fazer em pedacinhos quem a manuseia, ... mas os pelos, a pele, o corpo do animal, aceita ou não a aproximação do outro?

Estendendo a observação - Macacos

11.10 - CHIPANZÉS

Chipanzes - MacacosEles são a grande atração dos zoológicos!

De início até que parecem desinteressados, mas com o burburinho dos visitantes, se animam ... E o show começa! Machos e fêmeas, adultos e adolescentes, ... eles rolam na grama, arrancam talos das palmeiras, dão cambalhotas no ar. Um deles agarra o avô, em seguida abraça a mãe e depois se atira no chão. Outros fazem proezas nas cordas e se chocam contra os mourões. É um espetáculo de contato, de encontros! Eles se tocam entre si e com os demais elementos do ambiente, sem interrupção ... e quem não toca, se deixa ser tocado! Chão, fosso, as paredes do recinto, os brinquedos, tudo enfim é vivenciado pelas mãos, pelos corpos ... nem tanto pelos olhos!

Quê tipo de LIBIDO sensorial – a começar da TÁTIL – justifica este comportamento? Quê energia os faz se sentir tão à vontade, ao se exporem até se cansar? Ou tornando a pergunta mais objetiva: esta exposição alucinante auxilia os corpos dos chipanzés a VEREM ou a SEREM VISTOS?

Vez ou outra um deles se destaca do grupo, posiciona-se de cócoras e fita os assistentes com um olhar quase humano! Por acaso é um olhar atento, neutro, límpido, preocupado exclusivamente em VER, ou mais parece com o dos bovinos ao mirarem o horizonte ao longe, ... um olhar projetivo, que ao ver contempla, ... divaga.

Chipanzes - Macacos

11.11 - PARÊNTESIS

Vale recordar : os animais se comunicam não só através de órgãos específicos, como visão, audição, fonação, tato, olfato, ... como também através do corpo em sua totalidade, o qual no sentido amplo, é um grande órgão sensorial. E neste, a COORDENAÇÃO-MOTORA - considerada em suas duas possibilidades primárias ('partida' ou 'totalizada') - é o atributo linguístico que melhor e mais facilmente sinaliza o tipo sensorial de um animal.

Parêntesis - Macacos

O braço engessado - Macacos11.12 - BRAÇO ENGESSADO

O chipanzé está no camarim, preparando-se para atuar em mais um capítulo da novela*.A sua participação é curta. O 'Chico, que no roteiro faz o papel de um macaco-pintor, vai pegar um pote de tinta e atirá-lo numa tela em branco.

Repare no braço do macaco ...

Atuando inteiriço, ele faz um amplo semi-círculo até que a mão agarra o pote e o joga. Braço propriamente dito e antebraço quase não dobram! Apesar de breve, a cena é suficiente para se constatar a dificuldade do chipanzé em dobrar as partes que constituem este membro. O braço parece engessado! E essa dificuldade se estende aos demais.Observe-o se deslocando pelo cenário: ao contrário do GATO, em que uma parte fica e a outra vai, o Chico parece um armário, duro, rígido, totalizado como um LAGARTO, todos os membros se deslocando juntos, ao mesmo tempo ... E quando bate palmas, então! Braço, antebraço e mão são uma coisa só!

O braço engessado - Macacos

11.13 - CONCLUSÃO

No atual momento evolutivo e com base no nosso modelo reduzido, podemos prever: enquanto na população de MACACOS HUMANOS ocorrem os dois tipos sensoriais, à medida que há indivíduos de sensorialidade TOTALIZADA, CONDUTORA (exemplos: sua esposa e os dois meninos) e outros de sensorialidade PARTIDA, JULGADORA (você, a filha), ... na população de MACACOS ANIMAIS, e quer sejam chipanzés, gorilas, orangotangos, saguis, micos ou bugios, independentemente de suas diferentes histórias evolutivas e quer essas diferenças sejam as relatadas pelo conhecimento Moderno ou pelo Antigo, os corpos físicos de todos os seus indivíduos são de sensorialidade TOTALIZADA(CONDUTORA).

Conclusão - Macacos

11.14 - CLASSIFICAÇÃO SENSORIAL

Apesar do privilégio de ser o animal do TRÂNSITO AH, pelo ponto de vista linguístico focalizado, a população de MACACOS ANIMAIS se iguala às demais do esquema, à medida que é monosensorial: todos os seus indivíduos são de sensorialidade CONDUTORA(do SVO), isto é, em seus genomas atuam os supergenes C (os do ser visto/ouvido).

Classificação Sensorial - Macacos

11.15 - ELO

O conteúdo deste site antecipa que a TRANSIÇÃO AH, a passagem de uma determinada população de macacos da condição animal à humana, foi mais complexa do que o intelecto contemporâneo visualiza! Como explicar o trânsito de uma população de sensorialidade única -condutora- para dupla? De sensorial C para sensorial J,C? Quê macro-mutação, atuando na área dos caracteres direcionadores, possibilitou esta ampliação, ainda mais se considerando que ela envolveu todas as dimensões sensoriais (audiovisual, fonatória, tátil, olfativa, motora, etc)! Certamente que os KITS dos planos corporais e comunicacionais atuaram !

E para complicar ainda mais, vem a questão: 'como' - e a partir de qual momento - o calendário lunar, que atuou no Processo Evolutivo anterior ao surgimento do homem (definindo as bases sensoriais dos planos corporais animais), passou a atuar no próprio homem *?

AH - Macacos

* no macaco que se tornou humano

Resumindo: como explicar essa inversão que ocorreu em relação ao posicionamento do calendário lunar: ele, que atuava de `dentro´ dos animais(nos corpos em si), passou a atuar de `fora´(nos modos), ... os seus caracteres sensoriais que eram (e continuam sendo) nos animais transmitidos por um esquema hereditário usual (espacial, independente do fator tempo), passaram a ser (e são), no caso do homem, transmitidos por um mecanismo de natureza temporal?!

Sem dúvida que a diversidade Evolutiva animal foi disparada pelos mecanismos das mutações aleatórias e da seleção natural (o Pensamento Arcaico aponta para a validade destes) atuando "em cima" das informações sensoriais primárias, ... afinal, estas, conforme perspectiva já citada, estavam locadas no genoma Evolutivo desde antes da formação de animais e homens.

Mas como casar este fato, que o bom senso e a EVO-DEVO tornam previsíveis, com a inversão "ESPAÇO / TEMPO" ocorrida nos mecanismos de transmissão destes caracteres primários?!

11.16 - ZEN

Uma das tarefas do Zen é combater o intelecto. Não que ele seja prejudicial, ao contrário, é útil, ... mas diante de problemas à primeira vista insolúveis, como os da DIFERENÇA AH e do TRÂNSITO AH, ele atrapalha. Dependente da memória, o intelecto se aferra ao passado, ao conhecido e com isso desenvolve obsessões. O macaco é uma delas! A nossa obsessão pelos SÍMIOS tem sido um entrave à visualização e vivência de novos caminhos na investigação destes dois acontecimentos.

No tocante à DIFERENÇA AH, o conteúdo deste site testemunha essa afirmativa. Desde que nos desvencilhamos do MACACO, a elaboração do modelo da DIFERENÇA AH no DNA resultou fácil!

Resta à EVODEVO confirmá-lo, ... vasculhando os genomas dos dois macacos.

Zen - Macacos

Quanto a desenvolver um modelo do TRÂNSITO propriamente dito, do "como" se deu - nas dimensões aparente e genômica - a passagem de um determinado macaco da condição animal para a humana, a tarefa é bem mais árdua ...

A sugestão, por enquanto, é apelarmos para a literatura Zen. Quando um acontecimento foge de início à possibilidade de ser explicado pela razão, diz-se que se está diante de um KOAN*.

* ao pé da letra: `historinha sem pé nem cabeça!´

11.17 - UMA CURIOSIDADE!

Para o conhecimento Antigo, os macacos menores (os de cauda) são animais mesmo. Já os maiores (os sem cauda: orangotangos, gorilas, chipanzés), os mais próximos de nós, ... os textos arcaicos curiosamente afirmam, são frutos de acasalamentos entre macacos animais e humanos. Independentemente se a informação é verdadeira ou não, convenhamos, ... naquela época essa perspectiva não era lá tão estranha. Afora compartilharmos um ancestral imediato comum, nos assemelhávamos física e psiquicamente muito mais do que hoje. E dessa miscigenação, de acordo com os Antigos, nasceram as raças simiescas denominadas por eles, mudas.

Apesar da semelhança entre os DNAs aparentes desses macacos híbridos e os do macaco humano, no nível genômico elementar dos primeiros atua apenas o supergene C. Ao menos é o que indica a observação sensorial modal exposta nos tópicos precedentes.

Apesar do título, o texto não é de Biologia e a explicação é simples: antes de ser um fenômeno biomolecular, o DNA é um evento LINGUÍSTICO e este aspecto é o que nos interessa, de onde o material é acessível a todos os interessados.