Modos Sensoriais 2

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Modos Sensoriais 24.1 - GATO NO COLO

Quando um gato está no colo, parece que não está! Ele toca no corpo do outro de modo suave, um pouquinho aqui, outro tanto ali, mais um acolá. E ao se aproximar do dono, age da mesma forma: no primeiro contato encosta numa partezinha da perna, no segundo em outra, depois em mais outra, ...de onde o tatear FELINO evolui por partes. A este tipo de toque, leve, cuidadoso, 'pelo com pelo', o conhecimento Antigo designa mais apropriadamente de TATO 'PARTIDOR'.

Um CACHORRO, ao contrário, quando está no colo parece que está! CANINOS gostam de tocar e serem tocados por inteiro, com as suas patas - ou as mãos do outro - deslizando e pressionando o corpo todo. É um tocar tocando mesmo, 'pele com pele', assumido, pleno. Para o corpo CANINO, esse tipo de toque – além do necessário – é mais divertido! Em oposição ao dos gatos, o chamaremos de TATO 'TOTALIZADOR'.

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4.2 - IDENTIFICANDO O TATO

E a sua pele, internauta-leitor? Como ela entra em contato com a pele do outro? Sem dúvida que é mais fácil você detectar a diferença de linguagem tátil nos animais, mas tente, vamos lá: de que modo o seu corpo de mamífero gosta de tocar? Para facilitar, lembre-se: o modo como um corpo gosta de tocar corresponde ao modo como gosta de ser tocado. E que modo é este?

Antes de responder, considere que a sensorialidade tátil, a que se realiza através da pele, sendo uma das mais intimistas, sofre acentuada influência da herança cultural. O seu modo de tocar nos outros ... e de gostar de ser tocado, tem muito dos costumes do seu país, da educação que recebeu dos pais, de sua religião, etc. Como estamos abordando os desejos do seu corpo e não os do contexto em que está inserido, procure desconsiderar essas influências. Ele, mais que ninguém, sabe do que gosta: se do toque FELINO, sutil, cuidadoso, respeitador, ou do CANINO, não sutil, descuidado, invasor ...

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A experiência indica: se para o corpo FELINO (tanto quanto para o EQUINO) a sugestão do toque vale mais que o próprio toque, para os CANINOS (e BOVINOS), o toque autêntico, assumido, explícito, é o que importa!

4.3 - FONAÇÃO

Diferentemente do TATO, o sentido da FONAÇÃO não é tão sujeito à ação inibidora das forças culturais que tanto bloqueiam o prazer corporal, ... ainda mais quando se está nervoso! Antes de identificar a sua conduta fonatória numa situação de estresse muito comum nos dias de hoje, vamos recordar que de acordo com o esquema sugerido pelo conhecimento Antigo há duas modalidades de fonação no nível sensorial elementar: a 'controlada pela audição'e a 'não controlada pela audição'.

fonação controlada -- fonação des-controlada

4.4 - "ALÔ, ... TELEFONISTA!"

Modos Sensoriais 2Após se dar conta de que o aparelho de TV que comprou está demorando a ser entregue e o jogo decisivo do seu time de futebol vai começar, você liga de imediato para a loja que o vendeu e uma voz eletrônica pede para aguardar! Qual será a sua provável conduta sonora, quando do outro lado da linha, finalmente uma voz humana lhe atende?

Por acaso o seu aparelho fonatório - como o de um GATO - esbraveja com suavidade, isto é, por partes. Apesar da sua paciência ter se esgotado, de início você expõe o fato, espera a reação da atendente, a ouve, fala mais um pouco enfatizando o quanto está decepcionado e ao fazê-lo, se a sua voz aumenta, seus próprios ouvidos se irritam e você dá chance à moça que se justifique, a ouve outro tanto e assim vai ... Ou será que como um CÃO furioso ou um BOI acuado, a sua voz sobe em demasia e o corpo perde o controle sobre o que diz! O resultado? As palavras querem sair da sua boca todas ao mesmo tempo! Você abandona a gramática, pontos e vírgulas vão para o espaço! O importante não é ouvir, mas ser ouvido, raios!

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4.5 - SINCRONIA

Os conteúdos precedentes apontam para uma sincronia sensorial, à medida que os caracteres PARTIDOR e TOTALIZADOR envolvem não só a visão e audição dos animais observados, como se estendem ao TATO e FONAÇÃO. Gatos, gatas, éguas e cavalos, não só vêem e ouvem, 'por partes', como tateiam e sonorizam por partes. Já caninos e bovinos, vêem, ouvem, tateiam e sonorizam 'totalizadoramente'.

A utilidade da sincronia sensorial é visível. Exemplo: o indivíduo que tateia por partes igualmente vê por partes, de outra forma não veria o que tateia!

4.6 - OUTRA UTILIDADE

O exposto no tópico anterior sugere ao leitor que identificar o próprio tipo sensorial, não é tarefa difícil. Se na EXPERIÊNCIA - CHAVE os seus olhos tendem a parar aqui, ali, acolá (são atraídos para PARTES do ambiente), o seu tatear age da mesma forma (é discreto, 'partidor'), a fonação idem (você tende a falar 'uma frase de cada vez'). E inversamente, se na experiência em foco, os seus olhos preferem correr pelo ambiente (atraem-se para o TODO), o seu tatear e sonorizar também. Repare como neste caso, o desejo das suas mãos é deslizar pelo corpo do outro e ao falar, a sua voz gosta de acelerar as frases, a dizer 'mais de uma por vez'!

4.7 - ATENÇÃO !

Uma coisa é a fisiologia de determinado órgão sensorial, outra é o modo como este órgão desempenha sua função no âmbito do dualismo elementar 'para a parte'/'para o todo'.

Uma pessoa pode ter a voz fisiologicamente rude, potente, mas emiti-la 'por partes', delicadamente. É este último aspecto - o sensorial MODAL primário - que estamos investigando.

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Para o conhecimento Ancestral , que privilegia 'o abstrato em relação ao concreto', o sutil em relação ao não sutil, ... os modos são hierarquicamente superiores aos órgãos, inclusive no genoma.

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Apesar do título, o texto não é de Biologia e a explicação é simples: antes de ser um fenômeno biomolecular, o DNA é um evento LINGUÍSTICO e este aspecto é o que nos interessa, de onde o material é acessível a todos os interessados.